Pago46 Busca a inclusão financeira através de pagamentos em dinheiro
- O CEO da PAGO46 não conseguia fazer compras on-line quando chegou ao Chile, porque não contava com um cartão de débito ou crédito.
- Tendo isso em mente, a PAGO46 quer levar a inclusão financeira para todas aquelas pessoas que dependem do dinheiro vivo.
- Com isto em mente, a PAGO46 quer levar a inclusão financeira a todas aquelas pessoas que dependem de dinheiro.
Sobre o Equador, 23 graus para o Norte e 23 graus para o Sul, existem 2 bilhões de pessoas que não têm um cartão de débito ou crédito.Este é o número ao qual Pago 46 ou P46 quer dar inclusão financeira.
Garland Wong, CEO e co-fundador da P46 tinha experiência na criação de dois aplicativos prévios para a região da América Latina; Pago 46 seria sua terceira aproximação ao empreendimento.
O CEO conta que quando chegou ao Chile não conseguia fazer compras on-line, pois não tinha cartão de débito ou crédito, igual do que 54,4% dos habitantes da região em 2019, segundo Acams Today.
“Para as pessoas que não têm cartão, pagar on-line é difícil, inconveniente e custoso […]. Você precisa deixar tudo para poder ir até o Oxxo mais próximo e pagar”, ele disse.
Garland e Martin Mazza, Chief Operation Officer, começaram o primeiro app que “uberiza” o dinheiro vivo, por outras palavras, permite comprar on-line e pagar com dinheiro.
“Começamos com a P46 porque queríamos fazer realmente uma diferença no mundo e, pense nisso, nem muitos empreendimentos iniciam querendo dinheiro, a maioria deles quer mudar o mundo, e é isso que nós queremos fazer”, acrescentou.
Como a PAGO46 funciona?
Segundo Garland, um parceiro da PAGO46 — como um parceiro Rappi ou Uber — pode recolher o dinheiro vivo de uma pessoa, realizar o pagamento e enviar o comprovante ao consumidor.
Os parceiros têm uma interface com um mapa que indica o serviço mais próximo deles — como qualquer motorista do Uber ou socio do Rappi; o consumidor e o socio conectam-se através de um código QR e recolhem o dinheiro.
Tudo isso acontece em tempo real, explicou Garland, devido a que outro dos problemas percebidos por ele é que os pagamentos demoram dois dias para ser feitos; portanto o app tem o compromisso de ser tudo em tempo real.
“O pagamento em tempo real é o aspecto que torna melhor o pagamento em dinheiro e é isso que nós procuramos”, disse Garland.
A democratização dos pagamentos
Perante o cenário de um mundo sem dinheiro vivo, Garland e Martin garantem que isso é difícil de imaginar na América Latina, por causa da informalidade existente na região.
Segundo cifras dos fundadores, cerca de 50% das pessoas da América Latina não possuem uma instituição bancária e o que eles procuram é dar inclusão àquelas que eles acham que dependem do dinheiro.
“Os bancos tradicionais concorrem pelo mesmo cliente com um histórico de crédito, com certo nível de renda e certo perfil, e os mesmos clientes ‘fazem o switch’ entre bancos, dependendo de quem fizer a melhor oferta, mas todos dentro do mesmo setor”, disse Mazza.
O que a PAGO46 quer fazer, diferentemente de outras fintech, é poder atingir níveis socioeconômicos mais baixos que dependem do dinheiro. Além disso, Mazza garante que as leis tributárias da região dificultam que as pessoas cheguem à bancarização.
Em um futuro muito próximo, eles querem implantar um ATM móvel, que significa sacar dinheiro de qualquer ponto.
Atualmente, a companhia encontra-se em quatro países da região: México, Equador, Chile e Argentina. Em fevereiro de 2020, ela teve um investimento da Scale Capital, Plug and Play Ventures.